Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sob orientação da Profª. Drª. Ingrid Vorsatz.
Frente ao enigma posto pela histeria, Freud se depara com a questão da veracidade do relato de seus pacientes, considerados simuladores de sintomas por grande parte dos estudiosos e clínicos ao final do século XIX. É em sua prática clínica, sobretudo a partir da histeria, que encontra com o relato vívido de cenas de conteúdo sexual que se repetem num cenário quase fechado: as fantasias. Diante deste novo enigma, Freud reconhece a legitimidade da fala de seus pacientes, inegável frente aos efeitos reais que observa em sua prática clínica. No que concerne a este fenômeno clínico, equipara seu mecanismo ao da criação literária [Dichtung] – dando indicações do funcionamento do inconsciente avant la lettre. A partir desta proposição, o objetivo da presente monografia é apresentar e discutir as noções iniciais de Freud sobre a fantasia nos primórdios da psicanálise em suas relações com a problemática da realidade e da ficção, a fim de investigar o que Freud aponta sobre o funcionamento inconsciente ao fazer a equivalência supracitada. Para tal, foi realizada uma revisão bibliográfica da obra freudiana, principalmente de seus primórdios e de suas cartas ao médico alemão e interlocutor privilegiado Wilhelm Fliess, bem como nos remetemos a Lacan e a outros comentadores e teóricos em momentos pontuais.
Fantasia, Psicanálise, Realidade, Criação literária